Coccidiose

02/03/2013 19:07

Olá queridos amigos!

Hoje vou explicar para vocês um pouco sobre essa tão temida coccidiose,infecção parasitária que abate anualmente um em cem número de nossas aves,por vezes sem sintomatologia evidente.

Os dois gêneros de coccideos com maior incidência nas aves são Isospora e Eimeria,apresentando distribuição mundial.Não são móveis e geralmente são específicas de determinado hospedeiro,sendo comuns alguns parasitas que sobrevivem e se multiplicam em apenas uma espécie ou gênero de ave.

A reprodução se dá por ciclo direto,não havendo necessidade de hospedeiros intermediários.O parasita requer cerca de seis a oito dias para completar seu ciclo,que é basicamente composto pela esquizogonia dos oocistos nas paredes do intestino,o que leva a danos em sua mucosa,causando enterite.Os sinais clínicos geralmente se iniciam após quatro a seis dias da infeccção inicial.A disseminação do parasita ocorre quando os oocistos não esporulados são eliminados nas fezes e ,uma vez que estejam em ambientes úmido e quente,tornam-se infectantes.Esse processo leva de três a cinco dias e a infecção de novos hospedeiros ocorre por via direta,através da ingestão dos oocistos,agora esporulados,em alimentos e água contaminados por fezes.

As aves infectadas podem não apresentar sintomas evidentes até que sejam expostas ao estresse,como em período reprodutivo,animais jovens e em situações se superlotação.Os animais afetados apresentam-se letárgicos,com perda de peso e diarréia (ocasionalmente hemorrágicas).Em animais seve-ramente doentes,e evolução da doença geralmente é rápida e o animal tende a vir a óbito.É importante citar que a ave pode apresentar sinais clínicos,sem que os oocistos já estejam visíveis nas fezes.Portanto,uma vez qe a suspeita recaia sobre a coccidiose,mesmo com resultado negativo em um primeiro exame parasitologico de fezes,convém proceder o tratamento e realizar um segundo exame cerca uma semana depois.

Nos passeriformes e psitaciformes,o gênero Isopora possui maior prevalência,já tendo sido descrito em mais de 50 éspecies de passeriformes pelo mundo.

Em cánarios,a infecção é mais comum em pássaros com mais de dois meses,sendo os principais sinais clínicos diarréria profusa e fétida,bem como prostração e perda de peso.Os animais apresentam plumagem arrepiada,asas caídas e,embora possam ainda apresentar interesses em alimentos,nota-se graduall e severa perda de massa muscular peitoral e crescente fraqueza.

O gênero Eimeria,mas comum em pombos e galifformes,pode ser diferenciado sob avaliação microscópica do gênero Isospora uma vez que possui quatro esporicistos com dois esporozoitos (Isospora esporozoito).São mais raros em passeriformes e psittaciformes.

Em columbiformes,a presença de oocisto de Eimeria é considerada comum e discute-se até que ponto o parasita é de fato responsável pela doença primária ou se simplesmente,aproveita-se de outra doença em curso para causar os sinais clínicos.De toda forma,aves que apresentem perda de capacidade reprodutiva,morte prematura de filhotes e baixa eficiÊncia em treinos de voo,deverão ser tratadas.

O diagnóstico é feito através de esfregaço de fezes frescas ou avaliações parasitológicas por flutuação.As aves que vierem a óbito,sem causa conhecida,devem,preferencialmente,ser encaminhadas para necropsia,para correto diagnóstico post mortem.As alterações histológicas mas frequentes são o duodeno edemaciado,geralmente com extensas áreas hemorrágicas nos intestinos.O parasita pode ser encontrado em raspados da mucosa intestinal e em grande quantidade nas fezes.

O tratamento consiste no uso de coccidistáticos como amprólio,as sulfas ou o toltrazuril.Recomenda-se que duas séries de tratamento,separadas por cinco dias,sejam realizadas.Sugiro que o Plantel seja primeiramente avaliado através de exames de fezes antes de se iniciar qualquer terapia antiparasitária.Da mesma forma,uma vez que a tenhamos finalizado,convém repetir o exame,de modo a se obter dados mais precisos da eficácia da droga utilizada.

Alguns criadores  optma por realizar medicações preventivas,com frequência semestral ou anual.Nesses casos,o indicado é conversar com seu médico veterinário e seguir sua recomendação.

Outras medidas como a colocação se comedouros e bebedouros suspensos,bem como a limpeza e desinfecção das gaiolas periodicamente também devem ser adotados.Evitar o contato das avs com as fezes também é recomendado,sendo viveiros com tela/grade no fundo os mais indicados.Em viveiros externos,medidas devem ser adotadas para se evitar que aves silvestres como rolinhas e pombos,dentre outras,possam defecar no interior dos viveiros,comedouros ou bebedouros.Em recintos com fundo de terra,é necessário o revolvimento de cerca de 20 a 40 cm do substrato e desinfecção com o uso de vassoras de fogo.

E,para não esquecermos,quarentena e avaliação veterinária de todas as aves novas,adquiridas para criatório.

OBSERVAÇÃO

Crédito a REVISTA ACPERRJ&BR 

 

Que fez esse artigo com o veterinário Dr Marcelo Lago,sócio e fundador da Clinica Dr Silvestre.

Mais informações: www.doutorsilvestre.com.br /www.acperjebr.com.br